O que precisa saber e fazer para ser imune ao “algoz” Coronavírus. Antes de conhecer o antídoto deste e doutros vírus, fungos e bactérias, precisa abrir a mente para perceber como tudo se processa.
Por favor tenha um pouco de paciência, não tenha pressa; vamos recuar ao início deste mês, antes de irmos propriamente ao alarmismo do afamado Vírus.
A indústria do passatempo hipnótico ou ilusionista entra impetuosa em 2020. Desde o “conflito” Irão, EUA, que “aterrou” o mundo com “a possibilidade” de uma guerra nuclear. O hacker Rui Pinto que desmascara a mulher mais rica de Africa, e poe em pânico uma gigantesca rede de galarotes do poder. A concretização do ‘Brexit’, e a corrida as máscaras fabricadas na china contra o Coronavírus. Tudo isto é matéria do primeiro mês do ano. Se não estivermos atentos, até parece manobra de diversão. Mas não é! Ou é? Isso pouco importa a história o dirá.
Mas ante de irmos ao vírus propriamente dito, precisamos perceber o porquê deste arraial feito pelos órgãos de manipulação social.
É preciso refletir e não nos deixarmos levar, na onda da carneirada. Porque será que, é considerada epidemia, o facto uma dúzia de pessoas adoecer de repente, numa única localidade, mobilizando todos os órgãos de manipulação social? Sendo o Coronavírus, a notícia de abertura de todos os telejornais, e primeira página de todos os jornais. E é ignorado, o facto de um terço da população mundial estar infetada com tuberculose.
Só este 1º mês do ano, 15 000 homens foram afetados pelo cancro da próstata no mundo.
Em cada hora, 20 mulheres recebem o diagnostico de cancro da mama.
Só este mês 1 200 000 crianças morreram desnutridas, vítimas da fome.
A lista de contradições é muito longa, mas ficamos por aqui. O importante é alertar para que não se deixe, apanhar pelo medo e criar o que não quer.
Antão vamos lá, agora ao vírus. Será que o vírus, é assim tão perigoso? Se os vírus fossem assim tão perigosos, será que existiria humanidade?
Vejamos com calma, não há nada na natureza que possa sobreviver sem condições. Um vírus, bactéria ou micróbio, não são exceção.
Mas antes de continuarmos é preciso desmistificar o conceito errado, de que é o vírus, a causa principal de todas as doenças.
O que é um vírus?
O vírus é micróbios de origem mineral. São os mais pequenos. Encontram-se presentes na pneumonia, na gripe, na meningite, no herpes, na hepatite B, na raiva na poliomielite, no sarampo, na papeira, na varicela, etc.,…
Mas por si os vírus são inofensivos. Precisamos ter consciência que, os vírus e micróbios vivem em todo o lado. Povoam tanto o ambiente que nos rodeia (as nossas casas, o ar que respiramos, os alimentos que comemos) como o “ambiente interior”, não só, as mucosas e as cavidades ocas dos nossos órgãos, mas também todo o corpo. Sem eles não teríamos vida. O corpo de um adulto, dizem ser constituído por 10 triliões de células que interagem diretamente no seu meio ambiente interno por 90 triliões de outros seres do reino animal vegetal e mineral.
Os maiores micróbios pertencentes ao reino animal são, por exemplo, a ameba da disenteria ou o parasita do paludismo. Os micróbios vegetais tanto podem ser fungos microscópicos (bolores ou fermentos) como algas (bactérias ou bacilos, como o estreptococo da escarlatina e o bacilo da difteria).
A ação dos microrganismos não é sempre má, como geralmente se pensa. Se todos os micróbios fossem perigosos, o ser humano há muito teria desaparecido da face da Terra. Na verdade, os microrganismos têm uma atividade benéfica. Vejam como exemplo a nossa flora intestinal, indispensável ao desenvolvimento correto dos processos digestivos. Há micróbios em todo o corpo tanto nos tecidos e órgão internos como na pele.
É verdade que existem os micróbios patogénicos eles constituem uma categoria de microrganismos localizados no interior do corpo, resultantes de um meio ambiente interno poluído por crenças pouco saudáveis e pensamentos tóxicos. Estes micróbios patogénicos, podem ser nefastos quando o PH do organismo se torna muito ácido. Por outras palavras, por si só, a ação de um micróbio no nosso organismo é desprezível, se não lhe for dada as condições que eles precisam para se multiplicarem rapidamente.
Apesar da OMS declarar emergência de saúde pública mundial pelo Coronavírus, é preciso ter consciência de que de pouco ou nada adianta “o estado de emergência”, até pode ter um efeito nocivo em espalhar o pânico.
É urgente educar
Só cuidando, e mantendo equilibrado o nosso meio ambiente interno, conseguimos harmonia ambiental interna. Não concedendo condições de proliferação de doenças. Por outro lado, tudo quanto constitua um benefício para os micróbios representa, para o hospedeiro, perdas e prejuízos que podem tornar-se importantes até ao ponto de fazer perigar a sua vida.
É evidente que o sistema imunológico começa a funcionar ante a presença de um vírus patológico. Mas é sempre mais seguro, prevenir com um meio ambiente equilibrado (saudável) do que o organismo remediar com atitudes defensivas para poder se libertar deles.
Já ficamos a saber até aqui os vírus por si só não são o problema. O problema é as condições do organismo degradado, ou seja, um terreno fortemente carregado de toxinas e carenciado, sendo a condição ideal para o desenvolvimento de todas as doenças.
Os vírus, só se desenvolvem se tiverem condições propicias de um terreno orgânico deficiente…, e são de imediato destruídos quando esse terreno regressa à normalidade. Parece, então, claro que a infeção viral, nada mais é do que a causa secundária da doença.
A causa essencial e elementar, é um terreno degradado e o Ph ácido, recetivo aos vírus invasores.
O bem-estar, não se alcança atacando a causa secundária (vírus), mas sim eliminando as condições propicias para o seu desenvolvimento.
Perante o já partilhado neste texto, a pergunta é a seguinte; será que tem alguma coerência, a caça ao vírus (idade média seria a caça as bruxas)?
Os vírus não são predadores vorazes, estimulados por uma lógica de destruição, mas, como todo o ser vivo, esforçam-se para encontrar condições de vida convenientes ao seu desenvolvimento. Se um organismo humano lhas oferecer, eles prosperam e multiplicam-se com toda a naturalidade. Os prejuízos conseguidos no organismo são uma consequência e não um objetivo do vírus.
Conclusão: o progresso de uma doença infeciosa deve-se mais à nossa incapacidade de resistir do que à força intrínseca do vírus ou micróbio.
Na verdade, sucumbe-se com maior rapidez devido às nossas debilidades do que à força que o micróbio possa possuir.
Para uma vida saudável, alegre e feliz, imune as assombrações dos vírus e outras maleitas, é preciso alimentar-se uma boa autoestima uma mente-aberta e boa vontade…, enfim uma mente sã num corpo são.
Por outras palavras, um corpo livre de tóxicos e bem nutrido, com uma mente são e emocionalmente equilibrado está livre de qualquer mal.
Alcoolismo, admite-se que certas características da personalidade podem estar na base da procura do efeito psico-farmacológico do álcool.
Por outro lado, admite-se hoje, já, que o «equipamento genético», que cada indivíduo tem para fazer face ao risco que o álcool constitui, varia de indivíduo para indivíduo, por vezes de família para família, e pode traduzir-se por variações na actividade enzimática interveniente no sistema de oxidação hepática do etanol e em outros aspectos do metabolismo.
A continuação das investigações neste campo virá esclarecer, por exemplo, as diferenças de reacção fisiológica ao consumo de álcool apresentadas por certas raças orientais e caucasianas, explicando nestas a eventual protecção à alcoolização da população, ou, pelo contrário, o aumento de uma morbilidade alcoólica em ascendentes e descendentes de alcoólicos graves.
As tentativas para compreender a criação e desenvolvimentos da dependência (dupla habituação fisiológica e psicológica ao álcool) vão, cada vez mais, situando os seus alicerces em conhecimentos neuro biológicos e bioquímicos (efeitos do álcool sobre metabolismos, interacção do álcool com os neurotransmissores cerebrais, efeito sobre as membranas e receptores, alteração das respectivas composição e funcionalidade).
A sintomatologia da síndrome de abstinência ou privação põe em relevo modificações bruscas induzidas nos sistemas vários de compensação cerebral criados pelo consumo continuado. Entre as correntes psicológicas explicativas da criação da dependência no indivíduo, destacamos duas.
A primeira fundamenta na «organização e funcionamento do indivíduo» a procura do álcool. Este desempenha para o indivíduo o «objecto substituto» privilegiado, num histórico evolutivo de uma personalidade pré-mórbida oral e narcísica.
O alcoolismo é, assim, para os psicanalistas, um sintoma, «manifestação de um conflito não resolvido». A segunda, de natureza comportamental (Watson, Skiner, Miller), defende que o alcoolismo deixa de ter o significado de sintoma para constituir ele próprio a doença, sinónimo de comportamento inadaptado e mal aprendido e, por conseguinte, patológico.
Pela sua acção ansiolítica, o álcool, tornado agente habitual de redução de tensão e ansiedade, de produção de alívio e bem-estar, constitui reforço para a persistência e repetição do comportamento alcoólico.
Relativamente a factores ligados ao Meio, assumem uma indiscutível importância os fenómenos sócio culturais e económicos, imprimindo características na própria intoxicação (alcoolização contínua dos países vitivinícolas; alcoolização intermitente dos países anglo-saxónicos, por exemplo) e no seu quadro clínico os hábitos, tradições, mitos, falsos conceitos (por exemplo: beber “para aquecer”, “para ter mais força”, “para abrir o apetite”, “para fazer a digestão”, “para matar a sede”, etc.); as diferenças culturais e religiosas (por exemplo, entre religiões islâmicas e cristãs); as normas socio-culturais rígidas influenciando hábitos e controlo da alcoolização em grupos étnicos “transplantados”, por exemplo, os grupos chineses nos EUA, que vão de culturas onde a presença e tolerância ao álcool é reduzida, para locais de maior consumo e permissividade à substância – etanol; o papel exercido pelo tipo de profissão, pela publicidade, pelas políticas de oferta e disponibilidade de álcool, etc..
Em suma, tem faltado ao estudo do Alcoolismo e seus problemas uma teoria etiológica geral que permita ajuizar, com o grau de precisão desejável, da importância relativa das suas possíveis e diversas causas, empolando alguns autores a importância dos factores individuais, empolando outros a dos socio-ecológicos e culturais.
Sem menosprezar a contribuição de umas e outras correntes, Cartwrigt e Shaw, em 1978, salientam a importância fundamental de uma interinfluência de todos esses factores – sociais, económicos, psicológicos, fisiológicos – sendo nesta interinfluência e interacção que se criam e desenvolvem as duas grandes e fundamentais determinantes da prevalência do Alcoolismo: os modelos de consumo e a vulnerabilidade ou protecção de cada indivíduo.
É um modelo multifactorial de extrema utilidade na abordagem dos Problemas Ligados ao Álcool. Em contraste com modelos tradicionais e unitários do Alcoolismo, esta abordagem reconhece distintas «etiologias»: as influências socioculturais, os fenómenos psicológicos, os efeitos dos mecanismos de aprendizagem social.
Contribuindo para um melhor conhecimento da génese biopsicossocial que a alcoolização constitui, abre novas expectativas, que vão assentar em novas dimensões e implicar, obviamente, áreas e pessoas até há pouco mantidas fora das estratégias e acções preventivas do Alcoolismo.
Fontes: Álcool e problemas ligados ao álcool em Portugal – Mª Lucília Mercês de Mello | José Barrias | João Breda
No espírito da época da festiva que se aproxima, a Casa Escola António Shiva® convida-o para um dia na nossa “casa”.
Num ambiente de convívio, iremos dedicar este dia à gratidão por tudo aquilo que nos foi proporcionado este ano e partilhar com todos aquilo que mais importante temos para dar.
Num dia dedicado também ao amor e à unidade, teremos uma palestra dedicada a este tema, ministrada por António Fernandes, coordenador do projeto.
Como libertar-se da dependência e
ser-se feliz e realizado?
Este
artigo tem como objetivo informar que há uma solução perfeita para todos que
sofrem de uma dependência.
Apesar de
a O.M. S. ser clara ao declarar o alcoolismo como uma doença crónica,
progressiva, quase sempre fatal, ainda há muitos profissionais de “saúde” que a
confundem com um vício. Mas a minha larga experiência nesta matéria não me
deixa confortável com a pobreza da explicação.
Vejamos: vício.
Significa mau-hábito ou hábito mal-aceite pela sociedade. Doença já é algo que
o possuidor da doença não tem culpa e já é aceite pela sociedade. Mas o facto
de ser uma doença crónica significa que não tem cura. Mas se juntarmos o fator
progressivo à doença crónica, ficamos com a indicação que além de não ter cura,
o crescimento é constante.
É verdade
que ninguém é culpado por ser portador de uma doença, mas isso não lhe tira o 100% responsável por ela.
E aí, pouco importa se é alcoólico, cardíaco ou diabético. Mas não é sobre as
doenças bem aceites pela sociedade que desejo escrever (e que em muitos casos
os detentores dessas doenças ainda se orgulham de as possuir, identificando-se
com elas “Sou diabético” “Sou Cardíaco” “Sou etc., etc.,”).
É de alcoolismo e de outras dependências que desejo partilhar a minha experiência de mais de 40 anos a lidar com estas doenças.
Tanto o
alcoolismo (dependência do álcool), como qualquer outra dependência é
denominado como adição ou doença aditiva. Os princípios com que se criam estas
doenças são comuns a todas as adições. São doenças de sentimentos e emoções, que
se manifestam pela compulsão e obsessão e quem sofre desta doença carateriza-se
essencialmente pela negação (nega a doença), manipulação e egocentrismo.
A
compulsão é física e consoante a fase da doença, assim são as suas manifestações (começa
a manifestar-se pela segurança que a bebida lhe proporciona e vai avançado da ansiedade,
tremores, espasmos, até ao delírio extremo em estado mais avançado da doença.).
A compulsão física desaparece com a desintoxicação: 11 dias sem consumir
qualquer bebida que contenha álcool.
A obsessão
é mental e acompanha o “adito” por toda a vida.
Chamam-se doenças aditivas (soma) porque quem
delas sofre soma algo =
(droga, álcool, sexo, internet, compras, etc., etc., etc.) Eu + Algo = completo-me
HÁ UMA
SOLUÇÃO
Apesar de
a organização mundial de saúde declarar o alcoolismo ou as doenças aditivas
como crónicas/progressivas (não tendo cura), há uma solução perfeita para todos
que sofrem desta terrível doença. A solução chama-se recuperação (mudança).
Como é
feita a recuperação?
A
recuperação tem duas fases distintas: desintoxicação e transformação.
O tempo de
desintoxicação varia consoante a substância e deve ser sempre acompanhada por
um profissional responsável. Jamais tente uma desintoxicação sem ajuda de um
especialista na matéria. Tenha cuidado com quem sugere a redução ou desmame do
álcool ou drogas. Apesar de poderem ter boa vontade em ajudar, demonstram total
ignorância no processo de desintoxicação da dependência. O desmamar ou reduzir
uma droga num corpo dependente pode ter efeitos desastrosos com danos
irreversíveis. Mas eu vou explicar
porquê.
O desmame
ou a redução só resulta para quando existe o abuso do consumo, mas não se é
dependente. Mas se não é dependente, também não se justifica reduzir.
Vou esclarecer melhor
Vou dar o exemplo dos militares Portugueses que partiam para a guerra colonial (Guiné, Angola, Moçambique). Os militares saíam de Portugal alcoolizados e chegavam 24 meses depois alcoolizados. Passaram 24 meses alcoolizados, mas chegavam e cerca de 90% passava a consumir socialmente enquanto os outros 10% eram dependentes (alcoólicos). E da dependência já não se volta ao consumo social. Aqui podemos perceber que um consumidor abusivo que ande alcoolizado durante meses ou anos, pode não ser dependente (alcoólico). Vou dar outro exemplo: nos anos 90 um grande amigo meu teve um problema conjugal. A esposa abandonou a casa e ele entra em negação à realidade e alcooliza-se diariamente durante seis meses. No final de 6 meses é chamado à realidade e passa a beber socialmente até hoje.
Porque é que um dependente de álcool ou drogas nunca deve reduzir ou desmamar?
Porque a dependência como foi visto atrás é uma doença compulsiva obsessiva.
Cada vez
que reduz a droga ou o álcool o organismo defende-se através da compulsão
estreitando as possibilidades de desintoxicação. Por outras palavras, cada vez
que se reduz, inicia-se um processo de desintoxicação com o pico às 72 horas
acompanhado de todos os sintomas físicos inerentes à desintoxicação. Mas como
continua a consumir a droga, gera-se um desgaste físico e emocional atroz…,
para quem já se sente impotente e fragilizado.
Penso que
ficou esclarecido que um bebedor abusivo não é necessariamente um alcoólico e
um alcoólico pode não se embriagar. Quero também esclarecer que o alcoolismo é
como uma gravidez. Assim como não há muito ou pouco grávido, também depois de
ser dependente, não há volta atrás. Só a desintoxicação e a recuperação trazem
uma vida de qualidade e realização.
O
esclarecimento apesar de não estar longo, tem muita informação a ser digerida.
Para não gerar confusão comprometo-me aqui a esclarecer todas as tuas dúvidas.
E aguarda
pelo próximo artigo que te mostra passo a passo como se faz a recuperação de
dependente para uma vida plena de bem-estar e realização.
Desde os mais remotos tempos que são conhecidos os efeitos
patológicos causados pelo uso de bebidas fermentadas. Elementos arqueológicos e
bibliográficos, entre outros, permitem-nos pensar que a utilização das bebidas
alcoólicas pelo Homem e o conhecimento dos seus efeitos no Indivíduo remontam a
algumas dezenas de milhar de anos antes da era Cristã. Uma das mais antigas
referências diz respeito a um baixo-relevo feito, muito provavelmente, 30 000
AC.
Admite-se que, no período paleolítico, o Homem tomou conhecimento,
de forma acidental, dos efeitos da ingestão do produto fermentado a que o mel,
recolhido e armazenado em recipientes artesanais, dera origem. No período
neolítico, a cerveja e o seu fabrico eram já do conhecimento do Homem.
Egípcios, gregos e romanos são exemplo de povos que
conheceram e desenvolveram as artes do fabrico de bebidas alcoólicas, assim
como os efeitos do seu uso pelo Homem. Referências mais ou menos ricas e
completas povoam as obras artísticas e literárias que estes povos nos legaram.
A destilação do vinho, dando origem a bebidas mais alcoolizadas, parece ter-se
generalizado na Europa a partir do século XI, tomando em França, por exemplo,
extraordinário vulto com as facilidades concedidas pelo Estado aos
“destiladores”.
Embora os efeitos do álcool sejam conhecidos desde a
Antiguidade, em cujas obras literárias se encontram mesmo numerosas referências
à necessidade de os evitar, os fenómenos do alcoolismo crónico eram, então,
mais ou menos ignorados.
Só a embriaguez era referida entre as perturbações ligadas
ao uso de bebidas alcoólicas. O conceito de Alcoolismo como doença, e não
apenas vício, desenvolve-se só na segunda metade do século XIX.
A França foi dos países que mais cedo começou a valorizar o
crescente consumo médio anual de álcool, encarando com certa preocupação a
capitação anual superior a três litros de álcool e a elevada proporção do
número de tabernas por habitante.
A consciencialização do perigo que tais factos representam
para a Saúde Pública, os progressos no conhecimento da fisiologia da célula
nervosa e dos efeitos do álcool sobre o sistema nervoso estiveram certamente na
base de uma abordagem científica dos problemas ligados ao consumo de álcool.
O estudo e primorosa descrição do quadro clínico de Delirium
Tremens, por Thomas Sutton, autor que pela primeira vez valorizou,
na compreensão patogénica do mal, os hábitos alcoólicos excessivos e
continuados do doente, constituiu o início da abordagem médica à doença
alcoólica e sua patogenia. A Cuming, Magnan e outros se ficam a
dever descrições importantes de alguns aspetos da patologia do alcoolismo.
Contudo, como o doente alcoólico crónico só tardiamente, em
avançadas fases da sua morbilidade mental, daria entrada nas instituições
psiquiátricas, os dados relativos aos internamentos e tratamento destes doentes
só surgem referidos em obras de psiquiatras do século XIX, época em que os
alcoólicos representavam já uma considerável proporção da população de
manicómios e estabelecimentos afins, sendo o abuso de bebida alcoólica
considerado mais como “causa de loucura” do que doença em si mesmo.
O tratado sobre Alcoolismo Crónico, publicado em 1851, por
Magnus Huss, médico sueco, refere o alcoolismo crónico como uma síndrome
autónoma, definindo-a como “forma de doença correspondendo a uma intoxicação
crónica”, e descrevendo “quadros patológicos desenvolvidos em pessoas
com hábitos excessivos e prolongados de bebidas alcoólicas”.
Constatando este autor que numerosas situações mórbidas do
Homem (doenças do fígado e de outros órgãos digestivos, doenças do sistema
nervoso, doenças do miocárdio, entre outras) estavam relacionadas com o consumo
exagerado de bebidas alcoólicas, designou-as de alcoolismo, apontando o álcool
etílico como agente patogénico comum.
A partir de então, várias definições têm surgido, vários autores têm tentado definir o Alcoolismo, dezenas e dezenas de definições têm sido elaboradas, sem que nenhuma satisfaça inteiramente.
Pierre Fouquet, em 1955, ao fazer uma revisão de trabalhos
sobre o assunto, concluía: “…O conceito de alcoolismo, a sua patogenia,
classificação nosográfica, seus fundamentos, sua realidade… continuam a ser
noções muito pouco claras”.
Em muitos casos, as tentativas de definição seguem caminhos mais propriamente de classificações e tipos de alcoolismo: “Acoolites, alcooloses e somalcooloses” (Fouquet); “Alcoolomania primária, secundária e mista” (Perrin); “Alcoolismo de tipo alfa, beta, gama, delta e epsilon” (Jellinek).
Quase meio século volvido sobre estas considerações, as
mesmas dificuldades persistem, embora nos últimos anos a investigação, quer
clínica e laboratorial, quer epidemiológica, tenha vindo a propiciar uma
renovada compreensão etiopatogenica do fenómeno de alcoolização e doença do
consumidor de álcool.
Já em 1940, a escola americana de Jellinek, atenta à extensão dos problemas relacionados com o álcool, à complexidade dos seus efeitos, à multiplicidade e interação de forças e vectores na sua origem, deu passos neste sentido, fazendo colaborar pela primeira vez, em estudos sobre Alcoolismo, médicos, sociólogos, psicólogos, juristas, economistas.
Nas primeiras comunicações científicas internacionais da
escola de Jellinek surgiu um novo conceito, alargado, de Alcoolismo e
apontam-se vantagens de uma colaboração interdisciplinar.
Em 1945, este movimento científico sobre Alcoolismo
estende-se à Europa, surgindo em França o CNDCA (Comité National de Défense
Contre l’Alcoolisme) e na Suíça o ICAA (International Council on Alcohol and
Addictions).
Mas é à Organização Mundial de Saúde que se deve o grande
empenhamento na definição da problemática ligada ao álcool. Na realidade,
definir a situação que vulgarmente é designada por Alcoolismo, limitando-se aos
efeitos do consumo excessivo e prolongado de bebidas alcoólicas, que acaba por
determinar um estado de «dependência» ao álcool, responsável por doença física,
psíquica e social do indivíduo, não tem satisfeito aqueles que encaram o álcool
como causa, associada ou não, de outro tipo de patologia, não só individual mas
também colectiva, e dizendo respeito à Saúde Pública.
É o caso, por exemplo, das relações do álcool com a condução rodoviária, a criminalidade, a patologia laboral, as perturbações familiares e os seus efeitos sobre a criança – conceção, gestação, aleitamento, desenvolvimento e rendimento escolar.
Riscos
O risco que o álcool representa para a boa saúde infantil e
escolar; o risco para a saúde e segurança do trabalhador, da mulher, do jovem,
etc. são exemplos que apontam para as vantagens de envolver na designação comum
de «Problemas Ligados ao Álcool» (OMS-1980) este vasto e multiforme leque de
situações relacionadas com o álcool; vantagens tanto mais intensamente sentidas
quanto mais a abordagem diga respeito a ações preventivas.
Ultrapassando largamente o simples «modelo» médico e médico-social de doença alcoólica/alcoolismo, esta perspetiva vem permitir alargar o «espaço» focado, tomar em atenção tudo o que disser respeito a produção-distribuição-consumo-publicidade-legislação de álcool e bebidas alcoólicas e, consequentemente, multiplicar as estratégias da intervenção, exigindo a multidisciplinaridade na mesma.
Entre as numerosas definições que se ficaram a dever à OMS, destaca-se a que considera o alcoolismo como doença e o alcoólico como doente, fazendo referência a extensas repercussões do mal, para além das respeitantes diretamente ao indivíduo e à possibilidade de tratamento.
Pela sua importância e significado, faz-se a sua
transcrição:
«Alcoolismo não constitui uma entidade
nosológica definida, mas a totalidade dos problemas motivados pelo álcool, no
indivíduo, estendendo-se em vários planos e causando perturbações orgânicas e
psíquicas, perturbações da vida familiar, profissional e social, com as suas
repercussões económicas, legais e morais;»
«Alcoólicos são bebedores excessivos, cuja
dependência em relação ao álcool se acompanha de perturbações mentais, da saúde
física, da relação com os outros e do seu comportamento social e económico.
Devem submeter-se a tratamento.»
Em 1982, é ainda a Organização Mundial de Saúde que, num
documento de trabalho preparado para as «Discussões Técnicas sobre Alcoolismo»,
que tiveram lugar no âmbito da 35.ª Assembleia Mundial de Saúde, em Genebra,
refere:
«Problemas ligados ao álcool, ou simplesmente
problemas de álcool, é uma expressão imprecisa, mas cada vez mais
usada nestes últimos anos para designar as consequências nocivas do consumo de
álcool. Estas consequências atingem não só o bebedor, mas também a família e a coletividade
em geral. As perturbações causadas podem ser físicas, mentais ou sociais
e resultam de episódios agudos, de um consumo excessivo ou inoportuno, ou de um
consumo prolongado.»
Esta perspetiva alargada ultrapassa já o simples conceito de
Alcoolismo como doença, alvo de cuidados médicos. Os problemas ligados à
dependência alcoólica, se bem que extensos e graves, «não representam senão uma
pequena parte de todos os problemas ligados ao álcool».
Mais do que uma ciência nova, a Alcoologia, tal como
foi apontado por Fouquet, é uma nova forma de perspetivar um problema complexo
e vasto, uma forma de abordagem diferente, mais atual e mais adequada.
Como definir, então, a Alcoologia?
Alcoologia «Disciplina consagrada a tudo aquilo que diz
respeito ao álcool etílico, quanto a: produção, distribuição, consumo normal e
patológico e implicações deste, suas causas e consequências, quer a nível
individual (orgânico, psicológico e espiritual), quer a nível coletivo
(nacional e internacional, social, económico e jurídico).
«Esta disciplina, autónoma, serve-se, para instrumento de
conhecimento, das principais ciências humanas, económicas, jurídicas e médicas,
encontrando na sua evolução dinâmica as suas próprias leis.» (P. Fouquet)
Fontes: Álcool e problemas ligados ao álcool em Portugal –
Mª Lucília Mercês de Mello | José Barrias | João Breda
Bebidas alcoólicas são bebidas que, como o seu nome indica, contêm álcool. O álcool etílico ou etanol, molécula de fórmula química CH3 CH2 OH é o principal álcool destas bebidas, que o contêm em diferentes concentrações.
O etanol é um líquido incolor, volátil, de cheiro característico, de sabor queimoso e densidade 0,8. É miscível com a água, ferve a 78,5º e pode separar-se da água, por destilação.
As bebidas alcoólicas dividem-se em 2 grupos:
Bebidas alcoólicas fermentadas
São obtidas a partir de fermentação de açucares ( a frutose e a glicose), por ação de microorganismos chamados leveduras. Estas bebidas podem obter-se a partir de frutos, cereais, grãos, tubérculos e cactos.
São bebidas alcoólicas fermentadas:
o vinho > obtido por fermentação do sumo da uva. Tem graduação que vai de 8 a 13 graus. Um litro de vinho de 12 graus contém 120 ml de álcool puro, ou seja, 96 gramas de álcool;
a cerveja > obtida por fermentação de cereais (cevada) e aromatizada pelo lúpulo. A sua graduação varia entre 4 a 8 graus;
a água-pé > obtida da mistura de água e mosto já espremido. A sua graduação é de aproximadamente 2 a 3 graus;
a cidra > obtida por fermentação do sumo de maçã, raramente ultrapassa os 4 a 5 graus; outras bebidas provenientes da fermentação do sumo de outros frutos.
Bebidas alcoólicas destiladas
Resultam da destilação (por meio dum alambique) do álcool produzido no decurso da fermentação. Através de um processo de evaporação (seguida de condensação pelo frio) das bebidas fermentadas, podem obter-se bebidas mais graduadas.
São bebidas alcoólicas destiladas:
“aguardentes”/«álcoois» > bebidas com uma graduação à volta de 45 graus. Resultam da destilação de:
vinhos (cognac, por ex.)
frutos (aguardente de figo, por ex.)
sementes (whisky, vodka, gin, por ex.) • melaço de cana sacarina (rum).
«aperitivos»/licores > bebidas à base de vinhos, com maior graduação que estes (ex.: Madeira e Porto) ou de misturas de vinhos com álcool, açúcar e aromas (aniz, licores diversos), vinhos «generosos» ou vinhos «licorosos», geralmente têm graduações que vão de 15 a 20 graus.
A Graduação
A graduação é o volume, em percentagem de álcool etílico por litro de bebida. A graduação alcoólica de uma bebida é definida pela percentagem volumétrica de álcool puro nela contido.
O álcool é um produto da fermentação de açúcares de numerosos produtos de origem vegetal (frutos, mel, tubérculos, cereais) sob a influência de microrganismos, nomeadamente leveduras.
Exprime-se em graus e varia de bebida para bebida:
1 litro de vinho de 12º tem 12%, 0,12 l ou 120 ml de álcool.
1 litro de cerveja a 6º tem 6%, 0.06 l ou 60 ml de álcool.
1 litro de aguardente de 50º tem 50% ou 500 ml de álcool.
Se misturar água ou gasosa na cerveja ou no vinho, não vai diminuir a quantidade de álcool que aí se encontra, apenas o dilui.
Pode ingerir-se a mesma quantidade de álcool ingerindo bebidas diferentes…
Em quantidade de álcool podemos dizer que:
1 litro de vinho (12º) = 1/4 litro de aguardente (48º) = 2 litros de cerveja (6º)
A densidade do álcool é de 0,8, daí que :
1 Litro de vinho 12º – 120 ml de álcool x 0,8= 96 gr.
1 Litro de cerveja de 6º – 60 ml de álcool x 0,8= 48 gr
A quantidade de álcool por bebida que cabe em cada um dos copos onde habitualmente se serve vinho, cerveja, vinho do Porto e destilados é a mesma: de 8 a 12 gramas de álcool.
Fontes: Álcool e problemas ligados ao álcool em Portugal – Mª Lucília Mercês de Mello | José Barrias | João Breda
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