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Alcoolismo: vício ou doença?

Alcoolismo: vício ou doença?

Como libertar-se da dependência e ser-se feliz e realizado?

Este artigo tem como objetivo informar que há uma solução perfeita para todos que sofrem de uma dependência.

Apesar de a O.M. S. ser clara ao declarar o alcoolismo como uma doença crónica, progressiva, quase sempre fatal, ainda há muitos profissionais de “saúde” que a confundem com um vício. Mas a minha larga experiência nesta matéria não me deixa confortável com a pobreza da explicação.

Vejamos: vício. Significa mau-hábito ou hábito mal-aceite pela sociedade. Doença já é algo que o possuidor da doença não tem culpa e já é aceite pela sociedade. Mas o facto de ser uma doença crónica significa que não tem cura. Mas se juntarmos o fator progressivo à doença crónica, ficamos com a indicação que além de não ter cura, o crescimento é constante.

É verdade que ninguém é culpado por ser portador de uma doença, mas isso não lhe tira o 100% responsável por ela. E aí, pouco importa se é alcoólico, cardíaco ou diabético. Mas não é sobre as doenças bem aceites pela sociedade que desejo escrever (e que em muitos casos os detentores dessas doenças ainda se orgulham de as possuir, identificando-se com elas “Sou diabético” “Sou Cardíaco” “Sou etc., etc.,”).

É de alcoolismo e de outras dependências que desejo partilhar a minha experiência de mais de 40 anos a lidar com estas doenças.

Tanto o alcoolismo (dependência do álcool), como qualquer outra dependência é denominado como adição ou doença aditiva. Os princípios com que se criam estas doenças são comuns a todas as adições. São doenças de sentimentos e emoções, que se manifestam pela compulsão e obsessão e quem sofre desta doença carateriza-se essencialmente pela negação (nega a doença), manipulação e egocentrismo.

A compulsão é física e consoante a fase da doença, assim são as suas manifestações   (começa a manifestar-se pela segurança que a bebida lhe proporciona e vai avançado da ansiedade, tremores, espasmos, até ao delírio extremo em estado mais avançado da doença.). A compulsão física desaparece com a desintoxicação: 11 dias sem consumir qualquer bebida que contenha álcool.

A obsessão é mental e acompanha o “adito” por toda a vida.

 Chamam-se doenças aditivas (soma) porque quem delas sofre soma algo = (droga, álcool, sexo, internet, compras, etc., etc., etc.)  Eu + Algo = completo-me

HÁ UMA SOLUÇÃO

Apesar de a organização mundial de saúde declarar o alcoolismo ou as doenças aditivas como crónicas/progressivas (não tendo cura), há uma solução perfeita para todos que sofrem desta terrível doença. A solução chama-se recuperação (mudança).

Como é feita a recuperação?

A recuperação tem duas fases distintas: desintoxicação e transformação.

O tempo de desintoxicação varia consoante a substância e deve ser sempre acompanhada por um profissional responsável. Jamais tente uma desintoxicação sem ajuda de um especialista na matéria. Tenha cuidado com quem sugere a redução ou desmame do álcool ou drogas. Apesar de poderem ter boa vontade em ajudar, demonstram total ignorância no processo de desintoxicação da dependência. O desmamar ou reduzir uma droga num corpo dependente pode ter efeitos desastrosos com danos irreversíveis.  Mas eu vou explicar porquê.

O desmame ou a redução só resulta para quando existe o abuso do consumo, mas não se é dependente. Mas se não é dependente, também não se justifica reduzir.

 Vou esclarecer melhor

Vou dar o exemplo dos militares Portugueses que partiam para a guerra colonial (Guiné, Angola, Moçambique). Os militares saíam de Portugal alcoolizados e chegavam 24 meses depois alcoolizados. Passaram 24 meses alcoolizados, mas chegavam e cerca de 90% passava a consumir socialmente enquanto os outros 10% eram dependentes (alcoólicos). E da dependência já não se volta ao consumo social. Aqui podemos perceber que um consumidor abusivo que ande alcoolizado durante meses ou anos, pode não ser dependente (alcoólico). Vou dar outro exemplo: nos anos 90 um grande amigo meu teve um problema conjugal. A esposa abandonou a casa e ele entra em negação à realidade e alcooliza-se diariamente durante seis meses. No final de 6 meses é chamado à realidade e passa a beber socialmente até hoje.

Porque é que um dependente de álcool ou drogas nunca deve reduzir ou desmamar?

Porque a dependência como foi visto atrás é uma doença compulsiva obsessiva.

Cada vez que reduz a droga ou o álcool o organismo defende-se através da compulsão estreitando as possibilidades de desintoxicação. Por outras palavras, cada vez que se reduz, inicia-se um processo de desintoxicação com o pico às 72 horas acompanhado de todos os sintomas físicos inerentes à desintoxicação. Mas como continua a consumir a droga, gera-se um desgaste físico e emocional atroz…, para quem já se sente impotente e fragilizado.

Penso que ficou esclarecido que um bebedor abusivo não é necessariamente um alcoólico e um alcoólico pode não se embriagar. Quero também esclarecer que o alcoolismo é como uma gravidez. Assim como não há muito ou pouco grávido, também depois de ser dependente, não há volta atrás. Só a desintoxicação e a recuperação trazem uma vida de qualidade e realização.

O esclarecimento apesar de não estar longo, tem muita informação a ser digerida. Para não gerar confusão comprometo-me aqui a esclarecer todas as tuas dúvidas.

E aguarda pelo próximo artigo que te mostra passo a passo como se faz a recuperação de dependente para uma vida plena de bem-estar e realização.

Até breve.

 Expõe as tuas dúvidas.

 António Fernandes

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