O alcoolismo e o seu processo: uso social, abuso e dependência
O alcoolismo é uma doença crónica progressiva quase sempre fatal. Infelizmente por ignorância, muitos são os que veem o alcoólico como um viciado, criando um estigma altamente destrutivo ao que sofre desta doença.
Apesar de existirem vários tipos de alcoolismo, neste artigo vou somente abordar o alcoólico Tipo 1 (o alcoólico que gosta de álcool). No próximo artigo colocarei claro o alcoólico Tipo 2 (o alcoólico que usa o álcool como se de outra droga qualquer se tratasse). Como a disparidade é muito grande entre os dois Tipos de alcoolismo, porque no processo evolutivo da doença no Tipo 2, não existe o uso social, nem tão pouco o abuso (intoxicação), entrando logo pela dependência, é melhor fazer um artigo separado para cada tipo de alcoolismo.
No Tipo 1, existe um processo progressivo até à doença. Entra-se em contacto com a bebida alcoólica pela socialização (em todos os rituais a bebida alcoólica está presente. Desde aniversários, casamentos, batizados, festas, etc. enfim… praticamente em tudo, e de toda a forma).
Os alcoólicos Tipo 1 dividem-se em dois grupos: o grupo da personalidade aditiva (racionais analíticos) e o grupo dos mais evoluídos espirituais (intuitivos-sintéticos).
Vamos começar pelos racionais analíticos (os que se encontram nesta realidade com o objetivo de servir o mundo, desde que o mundo lhe devolva a dobrar). Aqui, tudo começa com o uso social, passando em seguida por uma fase de abuso (intoxicação alcoólica, embriaguez), que continuando esta fase de abuso leva à dependência.
No uso social o álcool tem uma ação benéfica, na fase de abuso (intoxicação), advém a euforia, a pessoa sente-se “a maior”, há perda de controle e surgem os problemas (ações irresponsáveis). Na fase de abuso o usurário pode sempre voltar ao uso social. Se continuar abusando do consumo (intoxicação), pode entrar na dependência. Da dependência já não é possível voltar para o uso social do álcool.
Uma vez alcoólico (dependente), alcoólico para sempre. O alcoolismo tem cura? Não! O alcoolismo não tem cura, mas tem recuperação (transformação/mudança). Segundo a OMS «O alcoolismo é uma doença crónica, progressiva, quase sempre fatal»
Se é uma doença crónica, significa que não tem cura, se é progressiva significa que a doença não para de evoluir (é como uma gravidez, ou está grávido ou não está grávido, se a gravidez não for interrompida, não pára de crescer).
Quase sempre fatal, se não houver a decisão de parar, acaba quase sempre, num hospital, morgue ou até mesmo cadeia.
Característica da doença e suas causas .
O alcoolismo é uma doença compulsiva, obsessiva, que se caracteriza pela negação. Quem dela sofre, nega sempre Ser Alcoólico. Faz constantes comparações, com outros alcoólicos procurando as diferenças e não as semelhanças.
É uma doença de sentimentos e emoções, resultante de princípios e valores que já foram úteis, mas que hoje, estão obsoletos e não funcionam.
O alcoólico pode largar a bebida? Claro que sim. Mas como é uma doença compulsiva, o corpo vai pedir a sua dose de álcool para funcionar (a sua falta pode levar à morte). Para que a compulsão física desapareça é preciso fazer uma desintoxicação física. Após onze (11) dias sem álcool o corpo físico fica livre de álcool (o corpo está desintoxicado, a síndrome de abstinência desaparece na totalidade).
Então a dependência do álcool tem cura! Não! o alcoolismo não tem cura. Pode estar abstinente do álcool e desintoxicado, mas a obsessão mental continua ativa. Sempre que precise lidar com os acontecimentos do quotidiano, a obsessão vai levar à recaída.
Qual é a solução?
A solução eficaz é um programa de recuperação personalizado. Aí, o alcoólico, ganha uma nova forma de se ver, de ver os outros, e de ver o mundo. É um alcoólico em recuperação (como a lendária Fénix), renasce das cinzas de uma vida miserável, para uma vida próspera alegre e feliz.
Também existem os grupos de AA (alcoólicos anónimos), uma irmandade de alcoólicos existente em 155 países que através de partilhas de experiências, vão mantendo os seus membros abstinentes.
Alcoólicos do grupo de intuitivos-sintéticos
Os alcoólicos do grupo de intuitivos-sintéticos são um pequeno grupo que estão neste mundo para servir, sem esperar nada, ou pouco esperar em troca. Sentem-se cidadãos do mundo. Têm uma consciência abrangente.
A sua entrada na dependência do álcool, deve-se ao facto de serem educados para fazer parte do grupo dominante deste planeta (condicionados ao paradigma materialista/separatista). São indivíduos intuitivos e sentem-se desajustados no mundo liderado por instintivos (hóspedes predadores) indivíduos de evolução ainda primitiva que estão neste mundo para aproveitar dele o máximo que poderem, no mais curto espaço de tempo.
Os alcoólicos, elementos deste grupo mais restrito, só encontram ajuda em indivíduos do mesmo grupo evolutivo (intuitivos sintéticos), que como eles, passaram pela dependência do álcool (foram ajudados), libertaram-se dos condicionalismos do mundo separatista/ materialista. A sua consciência amplia-se à sua verdadeira dimensão evolutiva e sentem-se responsáveis pelo mundo que habitam. Têm uma atitude proativa com a vida e o próximo e dedicam-se a realizações desinteressadas. Este grupo representa um pouco as gerações futuras.
Espero que este artigo tenha contribuído para ajudar a esclarecer esta doença que tem refém 10% dos portugueses de todos os estratos sociais. No próximo artigo abordaremos o alcoólico tipo 2, para depois dedicarmos a nossa atenção à dependência química (benzodiazepinas) drogas legais e também as ilícitas.
Os comentários de experiências e dúvidas são bem vindas. Obrigado.
António Fernandes